Dexter revisita os clássicos e celebra trajetória no rap com o álbum “D’LUXO”
35 anos de carreira. 14 anos de liberdade. E uma obra que honra cada cicatriz da caminhada. Neste 24 de abril, Dexter entrega ao mundo “D’LUXO”, um álbum que não é só música — é documento histórico, é carta aberta ao passado e, ao mesmo tempo, manifesto sobre permanência e reinvenção. O projeto chega pelas mãos dos selos 8º Anjo Produções e Boia Fria Produções, com distribuição da Symphonic, e reúne 12 faixas que recontam parte essencial da discografia do rapper.
Com produção assinada por ninguém menos que o duo Tropkillaz (Laudz e Zegon), o disco traz releituras turbinadas de sucessos compostos entre 1999 e 2002 — era de ouro do 509-E, grupo que revelou Dexter ao país. As versões “de luxo” de faixas como “Triagem”, “Saudades Mil”, “Oitavo Anjo” e “Cê Tá Engrupido” ganham nova vida com beats atualizados, vozes regravadas e timbres mais limpos, sem perder a alma das originais. A exceção fica por conta de “Alta Voltagem”, única com beat inédito e colagens do DJ Loo — um presente especial para fechar o pacote com chave de ouro.
Trabalhar com esses caras é sensacional! Nosso objetivo foi modernizar a sonoridade, porque em clássico não se mexe. A ideia foi valorizar o que já era forte”, explica Dexter.
Além das faixas musicais, o álbum é costurado por interlúdios narrados pelo próprio artista, que contextualizam a época das gravações originais e carregam reflexões profundas sobre liberdade, superação e o papel transformador do hip-hop. Em “Gratidão”, por exemplo, Dexter relembra o dia 20 de abril de 2011 — data em que conquistou sua liberdade após 13 anos e 3 meses no sistema prisional. “A caminhada foi difícil… milhares de coisas aconteceram nessa jornada”, narra.
Mais que nostalgia, “D’LUXO” é celebração de sobrevivência e resiliência. É sobre olhar para trás com orgulho, mas com os pés firmes no agora. “Eu continuo aqui, firmão, fortão e no corre do dia a dia. Logo menos, vários outros capítulos serão do conhecimento de vocês”, avisa, já aquecendo os motores para os próximos lançamentos: o disco inédito “Frustrações, Dogmas, Convicções” e o projeto “Na Linha do Tempo”, que trará releituras de parcerias marcantes ao longo da carreira.
Como se não bastasse a música, Dexter também vem ampliando suas frentes de atuação. Em março, lançou sua própria cerveja artesanal — a Oitavo Anjo, uma Munich Helles em collab com a Smoked Brew. No ano passado, pilotou o podcast “Direito de Sonhar”, dando voz a histórias ignoradas pela sociedade. E recentemente, fez shows internacionais na Bolívia e em Barcelona.
No fim das contas, Dexter é prova viva de que o rap é mais que rima: é trincheira, escola e cura. E “D’LUXO” é mais um capítulo poderoso nessa história que segue sendo escrita com coragem, verdade e consciência.
- DE MENTIRA NÃO TINHA NADA
- TRIAGEM (VERSÃO D’LUXO)
- OITAVO ANJO (VERSÃO D’LUXO)
- SEM CHANCES (VERSÃO D’LUXO)
- SAUDADES MIL (VERSÃO D’LUXO)
- A TRANSFERÊNCIA (INTERLÚDIO)
- NOITE INFELIZ (VERSÃO D’LUXO)
- ALTA VOLTAGEM (VERSÃO D’LUXO) – prod. Laudz e DJ Loo
- A SAUDADE CONTINUA (VERSÃO D’LUXO)
- APENAS UM SONHO (VERSÃO D’LUXO)
- CÊ TÁ ENGRUPIDO (VERSÃO D’LUXO)
- GRATIDÃO