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Leo Marques (Ilha do Corvo) – Produtor Musical

Do Belo Horizonte à Cena Musical de Los Angeles

Aos 45 anos, Leonardo Rios Marques carrega uma história que ecoa as montanhas de sua Belo Horizonte natal e se estende até as ruas de Los Angeles. Em uma conversa que flui como uma canção, ele revela a narrativa épica de um músico que, em busca de sucesso e autenticidade, desafiou o destino e se deparou com os altos e baixos da indústria musical.

Aos 21 anos, Leo decidiu cruzar o Atlântico. “Chegamos com a cara e a coragem, apenas 300 dólares e uma van velha”, recorda ele sobre a mudança para os Estados Unidos. O sonho de ser um rockstar parecia palpável. Sua banda, Diesel, logo se viu em um momento histórico, assinando um contrato com Clive Davis, uma lenda da indústria musical que havia lançado grandes nomes como Janis Joplin e Aerosmith. Porém, em um giro inesperado do destino, essa oportunidade se transformou em um pesadelo quando o contrato foi rompido.

Leo não se deixou abater. Ele compartilha a frustração de um artista que viu sua visão criativa sufocada por uma indústria que cada vez mais se afastava do investimento genuíno em novos talentos. “Foi um conto de fadas, mas durou pouco. A indústria mudou, e nós tivemos que nos adaptar”, reflete. A transição das gravadoras tradicionais para um modelo digital, onde os artistas eram frequentemente deixados à própria sorte, se tornou uma constante na sua narrativa.

Em meio a essas mudanças, Leo encontrou um novo caminho. Trabalhou em uma loja de instrumentos musicais e era parte do rico tecido da cena musical de Los Angeles, onde teve contato com ícones como Neil Young e Johnny Depp. “Aquilo foi uma escola. Aprendi a mergulhar nos detalhes da produção musical e a valorizar a autenticidade”, conta ele, sublinhando a importância desse aprendizado em sua formação como músico e produtor.

Na música, a autenticidade é a verdadeira moeda. É sobre ser verdadeiro consigo mesmo em meio ao caos e à superficialidade da indústria. Cada nota que toco é uma parte de quem sou.”

A trajetória de Leo, no entanto, é também um reflexo de um sistema em crise. A revolução digital democratizou o acesso à música, mas ao mesmo tempo diluiu a qualidade e a presença dos artistas nas grandes plataformas. “Hoje, qualquer um pode lançar uma música, mas a dificuldade é ser ouvido em meio ao mar de lançamentos”, afirma, capturando a luta contínua por relevância em um mercado saturado.

Após retornar ao Brasil, ele se reinventou, criando o projeto Transmissor e se dedicando à produção musical. O seu disco solo, Dia e Noite no Mesmo Céu, não apenas chamou a atenção, mas também o posicionou como uma voz autêntica na cena independente. “Hoje, fazemos música com as limitações que temos, e isso pode ser libertador”, observa, refletindo sobre a evolução de sua arte em um cenário musical que, apesar dos desafios, ainda oferece possibilidades infinitas de criação.

Leo Marques é um exemplo de resistência em um mundo musical em constante transformação. Sua jornada, marcada por sonhos desfeitos e recomeços, é um testemunho da força da criatividade e da paixão pela música. Em um mercado que busca incessantemente a próxima grande novidade, ele permanece firme em sua busca por autenticidade e conexão, lembrando-nos de que, no final das contas, a música é mais do que apenas sucesso—é uma forma de expressão que transcende barreiras e gerações.

Conheça mais sobre a jornada de Leonardo Rios Marques no vídeo abaixo e acompanhe seus trabalhos através do @IlhaDoCorvo no Instagram e Leonardo Marques no Youtube. Não perca a oportunidade de mergulhar em sua música e na sua visão sobre a indústria!

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1 Comment

  1. […] foi gravado no renomado estúdio Ilha do Corvo e contou com produção, mixagem e masterização de Leonardo Marques, vencedor do Grammy Latino […]

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