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Retrato Falado — Jacaré Banguela

Rodrigo Fernandes, o Jacaré Banguela, nunca traçou um plano de carreira. Nascido em Cuiabá, Mato Grosso, e criado em Sinop, seu sonho de infância era ser ator de cinema, inspirado por Esqueceram de Mim. Ele queria viver aquelas aventuras. Mas a vida o levou por outros caminhos. “Eu acho que o que eu fui fazendo nos últimos 40 anos foi não querer envelhecer”, brinca. Sua busca por manter a criança interior o conduziu à comédia e ao entretenimento.

A jornada começou cedo. Em 2000, já era DJ. Em 2002, criou seu primeiro blog, o embrião do Jacaré Banguela, que se tornaria .com.br em 2004. O blog era um espaço para suas piadas. Ele se divertia escrevendo e, mesmo com críticas iniciais ao começar a fazer vídeos, não parou. “Eu me divirto tanto fazendo, por que eu vou parar?”, questionava.

A partir do blog, o caminho se abriu. Veio o YouTube, os programas, as entrevistas. O stand-up surgiu na mesma época, e Rodrigo se aventurou também. Sua “graduação” no humor foi autodidata, lendo livros e assistindo a filmes que amigos indicavam. Por muito tempo, Rodrigo e Jacaré Banguela eram a mesma coisa em sua cabeça. Mas uma amiga o fez refletir sobre a diferença entre a pessoa e a persona.

Eu fui virando um personagem que é esse cara, que é esse Jacaré Banguela, que é um inventivo, que corre atrás das coisas, que faz as coisas, que mete a cara, que aprende”, descreve.

Com a evolução das redes sociais e o declínio dos blogs, ele tentou “matar” o Jacaré Banguela para ser apenas Rodrigo Fernandes. Mas percebeu que “Rodrigo Fernandes era nada” e Jacaré Banguela era a marca, a empresa por trás de suas criações.

A zona de conforto, que ele demorou tanto para construir, começou a sufocar sua criatividade. A provocação de Rafinha Bastos sobre repetição o fez refletir. Coincidentemente, sua mãe, ao voltar de um intercâmbio aos 60 anos, o inspirou a “ver o mundo de fora”. Essa ideia o levou aos Estados Unidos em 2019, buscando recomeçar.

A pandemia parou o mundo. Nesse período, Rodrigo enfrentou um momento de burnout e depressão, com pensamentos suicidas diários. A saída veio de uma observação simples na rua:

Uma véia de andador… eu olhei aquilo e falei, cara, por algum motivo essa véia acordou, saiu de casa, está indo fazer alguma coisa essa véia”.

Aquela cena o fez valorizar a vida e a experiência de envelhecer. “Envelhecer tem sido incrível, bicho, olha tudo que a vida me trouxe até aqui”, reflete.

Hoje, aos 40 anos, Rodrigo, pela primeira vez, aponta para uma carreira. Ele quer fazer “grande”, com a bagagem de suas experiências em música, humor, roteiro e atuação. Para isso, entende que precisa estudar e ter uma equipe grande, pois ninguém nunca lhe deu dinheiro por uma ideia, mas sim por produtos consistentes que ele já havia feito. Sua formação em cinema em Chicago, em meio à pandemia, foi um momento de grande felicidade e virada.

Com a matemática de ter uma vida mais simples para não precisar correr atrás de tanto dinheiro, Rodrigo foca em viver a aventura da vida. “Só de viver, essa aventura já vai ser do caralho”, conclui.

Quer mergulhar ainda mais na mente criativa de Rodrigo Fernandes? Não perca a oportunidade de assistir ao bate-papo completo! O vídeo revela a profundidade de suas reflexões, o bom humor que o acompanha e a forma genuína com que ele encara a vida e o entretenimento. É uma conversa inspiradora que você não vai querer perder. Assista abaixo!

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